A Terra do Faz de Conta é um lugar especial do planeta B. Todas as crianças, até aos 100 anos ou mais, que viajam até lá, podem descobrir e aprender mais sobre os livros, a leitura e a biblioteca da escola Piloto (E.B.1 n.º2 de Mem Martins).
Neste maravilhoso sítio, vão encontrar vários ambientes com histórias e animações, musicais para assistir, ouvir e brincar. Actividades super divertidas para soltar a imaginação.
Faz-nos uma visitinha e prova um gostinho deste enorme universo.
No Planeta B a diversão não tem fim!

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Palavras da Directora do Agrupamento de Escolas Maria Alberta Menéres

“O prazer de ler”

O mundo está em constante mutação e a forma como encaramos os livros e a leitura mudou muito desde os tempos da minha infância até aos dias de hoje.
Nos tempos em que a televisão só dava algumas horitas por dia e era a preto e branco, as alternativas para fantasiar os sonhos e viajar no pensamento eram só possíveis através das páginas fantásticas de um livro.
O prazer que me dava ler… De tudo um pouco. Desde os livros dos 5 e dos 7, (antepassados dos de “Uma Aventura”) aos das “As gémeas no Colégio de Sta Clara” e eu sei lá que mais. Lembro-me de devorar todos os livros do Júlio Dinis com apenas 11 ou 12 anos, e que grandes introduções descritivas que eles tinham! A seguir Eça de Queirós e Almeida Garrett. Lia tudo que me viesse à mão. Isto hoje é impensável. Li todos os autores portugueses e depois com o 25 de Abril, abriram-se mais horizontes e aos 14 já lia “A mãe” de Gorki, meu Deus será possível? Autores portugueses e estrangeiros escondidos pelos anos da ditadura, apareciam agora pela mão dos professores de Língua Portuguesa.
As feiras do livro eram um verdadeiro paraíso. Felizmente tinha um pai sensível às questões da cultura e nunca me disse não quando eu pedia um livro. Fosse qual fosse o tamanho do sacrifício, para os livros houve sempre dinheiro. Recordo com saudade os tempos em que numa só temporada da feira do livro de Lisboa, eu ia com o meu pai 2 e 3 vezes e vinha sempre cheia de sacos repletos de livros, aproveitando os bons preços dessa época.
Agora já não tenho tempo. Desculpas de quem usa e abusa da FNAC, maravilhosa invenção que me dá conta do orçamento.
Interrogo-me muitas vezes como é possível viver uma vida sem o hábito de ler.
Como podem viver os nossos jovens sem estas experiências, esta dependência da leitura e dos prazeres que nos traz. Continuo a insistir e sempre que posso, sempre que se desenha a oportunidade e os apanho entre compras, arrasto os meus filhos para o meio das livrarias, especialmente aquelas que adoptaram o costume fantástico de espalhar umas poltronas pelo meio das estantes e permitem às pessoas sentarem-se por ali a “experimentar” os livros, a lerem algumas das passagens, a manuseá-los, a senti-los com prazer, ao mesmo tempo que bebericam um chá ou um cafezinho.
São estes rituais que transformam os nossos dias em momentos inesquecíveis.
Nada substitui um livro. O prazer de o desfolhar ainda a cheirar a novo. Avançar com ânsia pelas páginas em que se sucede a história e que nos prende a atenção.
Quanto a mim, não só adquiri o “vício” de ler, como de comprar livros, de os possuir, de os partilhar, de falar sobre eles e sobre as histórias que nos contam, daquilo que nos ensinam, das emoções sentidas, das viagens realizadas. E de tanto ler e tantos livros ter pela casa fora, em todos os sítios, em todos os cantinhos e prateleiras, pensei que de tal convívio conseguiria transmitir aos meus três filhos essa bendita herança. Mas as novas tecnologias fazem-me uma guerra declarada e quase que me ganham, neste meu propósito de conseguir que eles leiam com a mesma satisfação que eu lia, quando tinha a idade deles.
Reconheço que é difícil. A Internet é uma adversária de peso. Permite tudo e mais alguma coisa. Desde o manancial inesgotável de informação ao alcance de umas “tecladas” no Google, até ao MSN e ao Facebook, quem troca esse acesso rápido e virtual por um monte de folhas que dá tanto trabalho a ler?
Como levar os nossos jovens a perceber que cada um destes recursos tem uma mais-valia muito própria e insubstituível? Um livro é e será sempre um livro... Uma casa sem livros é como um corpo sem alma.
Por isso apostar e investir nas nossas bibliotecas escolares é sem dúvida a aposta do futuro.
Enquanto Directora deste Agrupamento é com muito orgulho que vejo florescer as bibliotecas que integram os CRE das duas unidades educativas. São um bom exemplo do que deve ser um espaço de leitura, seja de natureza recreativa ou de aquisição de conhecimentos.
Acima de tudo, acredito e defendo que uma biblioteca escolar deve ser atractiva, deve ter a capacidade de seduzir os alunos a frequentar aquele espaço com prazer.


Elisabete Moreira